sábado, 23 de julho de 2011

Mãos e braços.


Recordo-me de quando você pegou na minha mão
pela primeira vez, naquele final de tarde.
Eu tentei manter a calma,
mas fracassei, com cada gesto seu que me tomava.
Cada palavra dita, como uma peça de teatro.
Ensaiada simetricamente para uma linda história de amor
recordo das tardes juntos
onde seus abraços condenavam seu amor
e meus olhos entregavam meu coração a ti.
Minhas mãos tremiam descobrindo tal sentimento.
Tão aspirado por todos
tão efêmero e abstrato
mas que no instante que os gestos se misturam
entre mãos entrelaçadas que permitem os raios do sol
ultrapassarem com as lágrimas nostálgicas caem
da alma que chora emocionada.
Eu realizei sonhos com você.
Eu realizei meu amor, minha peça mais ensaiada.
Como se houvesse dito frases que se tornam mudas
e gestos que se confundem
nas mãos juntas que formam uma só
nos sentimentos fundidos entre ternura e dor
nos braços que se abraçam
e descobrem o sentimento de posse.
O coração se perde, entre braços e mãos.
que se enlaçam.
O coração se perde e troca gestos
para transitar de um ser para outro.
Relatando meu amor que despejo
em suas mãos e abraços.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Designos de amor.

Mas ela não queria apenas amá-lo, era mais do que isso, ela queria acomodá-lo, guardá-lo para sempre em seus braços, queria proteger o que tinham com todas as suas garras, queria poder apoiá-lo em todos os momentos, queria ser o motivo de todos os sorrisos e lágrimas dele, queria somente ele, apenas ele e queria que fosse somente ela. Ela queria confortá-lo, queria secar suas lágrimas e em algum momento de raiva, acalmá-lo e poder mostrar quem ele realmente é, ela queria mostrar que sempre o amaria, que estaria ali quando o frio tomasse seu lugar, que o aqueceria e que em cada vão momento demonstraria sempre seu amor. Ela queria mais do que palavras, queria atitudes, se possível escrever na áurea do mundo “te amo”, deixar que as folhas de outono carregassem seu suspiro. Ela queria ele para sempre, não por amor, mas por designo, pela sua existência. Por uma história de amor que atravessaria o mar do tempo.

Perdão.

Dentre de tantas efemeridades que presenciou, dos tombos que lembrara, das cicatrizes que os outros deixaram, marcas de amores de chuva passageira. Dentre as lágrimas que a corroeram, dos olhos ainda úmidos acostumados pelos cantos. Ela o perdoou, como quem perdoa um tropeço, entre vários tombos, como uma criança que perdoa a fada do dente por não vir noite passada. Ela o perdoara, sempre, pois sabia que não poderia evitar o fato dantesco de amá-lo sob uma simetria perfeita, num ângulo certo, sob o luar, raios que incidem sua face contraída entre dor e sorrisos. Dentre todos os alicerces quebrados, prantos escapados, idílios deixados para trás, ela o perdorara, com um sorriso sincero e brilho nos olhos. Ele a acolheu mais uma vez entre lágrimas, os dois formaram um só, um só coração, uma só alma, uma só história que por um página fracassou. Mas as linhas tortas se encontraram novamente na caligrafia mal feita da escritora errante.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Dilema.

Lembrando do dia em que nos conhecemos, você estava sorrindo e foi se aproximando devagar, com medo, suponho, de me assustar. Você teve tanto cuidado e os raios de sol inundaram aquela tarde fresca de maio. Eu deixei aquele quarto fechado e fui ao seu encontro. Nós iniciamos uma história a dois, talvez em um só. Voltei e deixei que as cortinas escuras permitissem o sol de entrar.
Mas temos a vida pela frente, os dias passam vagarosamente longe de você, mas o tempo está indo rápido. E nesse intervalo da nossa caminhada, poderíamos correr um pouco, ir para sua casa e olhar filmes. Nós discutiríamos os finais deles juntos e eu sempre discordaria de você. Algumas brigas iriam surgir, mas você voltaria para me abraçar e pedir desculpa, eu diria que não é nada, mas você me conhece e sempre entenderia. E nos momentos em que me tornar incompreendida, ficaríamos em silêncio admirando a lua e contando estrelas, perdendo tanto tempo mas guardando lembranças de uma história de amor que em um suspiro, implora para durar pela eternidade.