A folha está fazia, minhas lágrimas infestam o papel, eu sorri para você, mas era minha dor tentando sair. Quando eu tentei falar algo eu não pude, pois soluçava. Na auréola de minha pena, arrependimento eu penso nas perdas em que tive que me acostumar, pois chorar para você é demonstração indireta de fraqueza. Fraqueza? O que seria essa palavra fria, fraco, sensível podem ser sinônimos?
Chorei, morri um pouco, a folha de papel não voltará ao normal, eu me acostumei com o abismo entre sua sensibilidade e caráter. Eu me acostumei a segurar tudo o que tinha a dizer, me encaixei na sua rotina feliz e artificial. Na auréola de minha paz, eu vejo sorrisos, mas isso me assombra.
Me assusto, abruptamente eu corro para longe, me escondo em mim, me escondo de você e suas palavras cortantes. Estremeço ao ouvir um chamado seu, haverá mais guerra?
Bem... Eu já me acostumei, se tornou até confortável caminhar sobre o orvalho despedaçado, eu choro no meio da noite, enxergo minha dor, eu posso vê-la. Mas tudo se torna escuro, ninguém enxerga nada quando você está por perto.
Eu me acostumei com o trovão de sua voz, com os raios que caíram sobre mim.
"A vida é assim, derrotas e perdas", foi a última frase que escutei sua e a única que eu levarei eternamente.
A folha está em pedaços e nunca voltará como era antes, o mesmo que a rasgou é o mesmo que tentará concertar. O mesmo que provocou as lágrimas que a molharam, é o mesmo que guardara ela, o mesmo que quebrou o cristal sensível sempre será o mesmo que tentará concertar sua fragilidade.